Que me ajude nessas trevas geladas que são as minhas. - Clarice Lispector.

"É um silêncio, Ulisses, que não dorme: é insone: imóvel mas insone e sem fantasmas. É terrível - sem nenhum fantasma. Inútil querer povoá-lo com a possibilidade de uma porta que se abra rangendo, de uma cortina que se abra e 'diga' alguma coisa. Ele é vazio e sem promessa. Como eu, Ulisses? Se ao menos houvesse o vento. Vento é ira, ira é a vida. Mas nas noites que passei em Berna não havia vento e cada folha estava incrustada no galho das árvores imóveis. Ou se fosse época de cair neve. Que é muda mas deixa rastro - tudo embranquece, as crianças riem brincando com os flocos, os passos rangem e marcam. Isso durante o dia é tão intenso que a noite ainda é povoada. Há uma continuidade que é a vida. Mas este silêncio não deixa provas. Não se pode falar do silêncio como se fala da neve. O silêncio é a profunda noite secreta do mundo. E não se pode falar do silêncio como se fala da neve: sentiu o silêncio dessas noites? Quem ouviu não diz." - Clarice Lispector.

 

Fotografia com ISO muito alto, com ruído muito alto, mas extremamente expressiva! E estamos aqui pela expressão. Até breve!

Que saudade imensa das minhas fotografias... Através delas me sinto mais perto de mim mesma. É que a sociedade nos impõe tantas falsas responsabilidades, a pressão social nos faz querer deixar de lado quem somos de verdade. E é tão, mas tão fácil desistir, mas eu cheguei, finalmente, na hora da escolha de qual curso superior fazer. Depois de muitas lutas interiores vencidas, escolhi fazer o que realmente me dá prazer, o que realmente me realizará existencialmente. Se vai dar dinheiro? Não importa.... Só o fato de amar diariamente a minha profissão já valerá a pena. Resolvi "viver da minha arte" e isso tem sido um alívio. Voltarei com as postagens do blog, não por obrigação, mas por amor... 

"Rosto pleno de uma suave esperança que ninguém dá e ninguém tira." - Clarice Lispector.                     

 

Até breve!